Benjamim Santos

Desde menino, Benjamim Santos teve certeza de que, em algum momento, iria a Paris. E embrenhou-se na cidade pela história, a literatura, a fotografia, o cinema. Aprendeu a viajar viajando pelo Brasil. Como técnico em educação, aplicando treinamentos, conheceu quase todas as capitais e pegou o gosto da viagem pelos delírios de bem conhecer cada lugar, sem pressa, como viajante-descobridor, sempre em busca do segredo e da fruição. Em Ouro Preto, alcançou o nirvana na Sala dos Inconfidentes. Em pouco tempo, voltou cinco vezes à antiga Vila Rica. De uma delas, seguiu de ônibus, sozinho, até Porto Alegre, daí a Santo Ângelo (com reverência a Érico Veríssimo quando passou por Cruz Alta) e, de Santo Ângelo, a São Miguel, para ver as ruinas da Catedral do antigo povo guarani.  Quando afinal chegou a Paris, viveu seu máximo alumbramento. Mergulhou na profundeza de cada mistério dos seus roteiros: a Catedral, Hemingway, Joana d’Arc, pequenos museus, as ruas, as pessoas pelas ruas, os cafés. Fotografava pouco, via muito por muito tempo e anotava, anotava. Não viveu nenhum romance, entregue que esteve sempre e em todas as outras vezes que voltou, à sua paixão maior: Paris, a cidade de Montaigne Chopin, Cocteau, Jean Valjean, Balzac, D’Artagnan, Maigret, Colette, Michele Morgan... mesmo que nem tenham nascido lá.

 

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